Aula 3
Competências gerais da BNCC
As competências gerais da BNCC são divididas em dimensões consideradas importantes para que os alunos desenvolvam ao final da educação básica.
Competências gerais da BNCC
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e cientifica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Exemplificando
Queremos que os alunos se apropriem das aprendizagens propostas na seguinte habilidade do 8º e 9º:
(EF89EF09) Problematizar a prática excessiva de exercícios físicos e o uso de medicamentos para a ampliação do rendimento ou potencialização das transformações corporais.
Pode-se propor que os alunos exponham sobre o que conhecem sobre exercícios físicos, se sabem as diferenças entre exercício físico e atividade física
Definição de atividade física e exercício físico pela OMS:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define atividade física como sendo qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto de energia – incluindo atividades físicas praticadas durante o trabalho, jogos, execução de tarefas domésticas, viagens e em atividades de lazer. O termo "atividade física" não deve ser confundido com "exercício", que é uma subcategoria da atividade física e é planejada, estruturada, repetitiva e tem como objetivo melhorar ou manter um ou mais componentes do condicionamento físico.
Disponível em: http://actbr.org.br/uploads/arquivo/957_FactSheetAtividadeFisicaOMS2014_port_REV1.pdf
Pode-se propor experimentações de exercícios físicos utilizando como estratégia um circuito com estações que trabalhem diferentes regiões corporais ou diferentes capacidades físicas, como flexibilidade, resistência ou força muscular.
Ao final da experimentação, os alunos podem compartilhar o que sentiram, analisando e discutindo sobre as diferenças entre eles. Pode-se também comparar aqueles que praticam com aqueles que são sedentários, inclusive em termos de hábitos do dia a dia e gosto pessoal.
Os diálogos podem levar a discussões sobre os objetivos com a prática de exercícios. Atletas profissionais precisam ter um bom rendimento para receber melhores salários, enquanto outros praticantes querem ter um corpo adequado aos padrões de estética atuais. Independente dos objetivos, há pessoas que se utilizam de substâncias químicas, que podem ser medicamentos para emagrecer, para aumento de massa magra, para dar energia para o treino, entre outros.
Essa habilidade pode ser ampliada por meio de pesquisas sobre atletas que fizeram uso de medicamentos e tiveram problemas de saúde (além de questões éticas) ou de um convite para um especialista dialogar com os alunos sobre a utilização desses recursos.
Na proposta da BNCC, é fundamental que as aulas ou sequências didáticas tenham intencionalidade no desenvolvimento das competências gerais. Importante aqui perceber que não se trata de desenvolver todas as competências gerais ou somente uma das competências por habilidade.
Esta conexão às competências gerais irá depender da forma como a aula ou sequência didática será conduzida, de acordo com a sua realidade.
No exemplo acima pode ser desenvolvida a competência 8, que se relaciona às dimensões de autoconhecimento e autocuidado, e a competência 9, que se relaciona à dimensão de empatia, na medida em que os alunos reconhecem as diferenças de sensações durante a prática e as diferenças de gosto pessoal acerca da atividade física.
Numa situação de estudo de caso sobre utilização de medicamentos por atletas, os alunos podem ainda perceber que eles sofrem pressão por resultados e que, em momentos difíceis, a utilização de medicamentos parece ser a única alternativa para melhora de rendimento.
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