Falamos em profissionalização e interprofissionalidade, como processos relacionados ao trabalho e à formação de trabalhadores.
É importante destacar, de uma forma ampla e aberta, que não só dependemos do trabalho dos outros, como podemos fomentar o trabalho cooperativo. Trata-se certamente de algo que ocorre desde que há trabalho humano e de uma ideia das mais antigas. Mas a cooperação nem sempre é incentivada ou até percebida pelos trabalhadores como potencial, como possibilidade de desenvolvimento.
Figura 11 - Fonte: Freepick.
Como lembra o sociólogo Richard Sennett, autor do belo livro O Artífice (2013), cooperar não significa entrar em consenso, não significa concordar, unificar ou uniformizar o produto do trabalho, as relações sociais etc. No entanto, a cooperação pode trazer um desenvolvimento, um enriquecimento na formação do trabalhador, bem como possibilidades de atuação profissional, especialmente quando as condições de trabalho estão precarizadas ou reduzidas.
Assim, tanto em relações informais de trocas entre trabalhadores, na constituição de cooperativas, quanto na sala de aula, oficinas e laboratórios, com os aprendizes, o cultivo da cooperação abre caminhos para a construção coletiva da obra do trabalho, para a valorização do trabalhador e de seu trabalho. Há muitos exemplos disso no Brasil e no mundo, como a da Corporação Cooperativa Mondragón na Espanha.
Sennett evoca este conceito e outras alternativas de organização do trabalho em entrevista: