Mais do que nunca, precisamos então pensar que o saber profissional envolve o corpo todo, envolve todos os sentidos e que, mais do que decorado, é incorporado. Vamos ver como é isso?
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Os sentidos do saber passam pelo corpo todo e, ao passar por ele, ganha vários sentidos.
Mas o saber não “passa” apenas pelo corpo, como se fosse um vento espiritual que arrepia e vai embora. O saber se constrói no corpo, pelo corpo, tanto quanto por aquilo que costumamos chamar de “intelecto”. Isso porque corpo e mente não são duas coisas separadas. Em outras palavras, o “intelecto”, o pensamento, a reflexão, não estão situados a priori na cabeça, onde foram tradicionalmente circunscritos.
Seguindo esta via, podemos afirmar que a inteligência no trabalho se dá por diversos caminhos.
- ❯❯De cima para baixo?
- ❯❯Ela vem da cabeça para “comandar” a mão?
- ❯❯Da “teoria” que, supostamente, viria a ser aplicada na “prática”?
- ❯❯Não. O corpo está todo ele “pensando” e “fazendo”.
Se não “todo”, pelo menos todos os nossos órgãos envolvidos em “operações pensantes”, que se conectam e se retroalimentam.
Figura 05 - Fonte: Freepick (editada pela produção do projeto)
Indo mais longe, afirmamos: a não-separação mente-corpo é um pressuposto fundamental da formação profissional. Apesar de esta não ser uma discussão nova, nossos currículos, a estruturação de nossas aulas ou nosso discurso sobre Educação Profissional e Tecnológica - EPT continuam impregnados por este problema (ALLAIN, GRUBER, WOLLINGER, 2020).