a) Um conjunto não redutível a conteúdos cognitivos em sentido clássico, isto é, um conteúdo verbalizado e formalizado. Podemos, então, ir além do mito de que "saber" é "saber falar sobre".
b) Modos de ação, estruturas conceituais para cada situação de trabalho (ou classe de situação, como veremos mais adiante), lógicas próprias, ferramentas, sistemas, máquinas, valores, aspectos éticos, políticos, sociais, ambientais, econômicos.
c) Busca uma efetiva intervenção no mundo para a produção da existência individual e coletiva.
d) Valida-se tanto material quanto socialmente pelos efeitos produzidos, sua eficácia. Isso difere da epistemologia clássica da ciência, em que predomina a validação do conhecimento pela demonstração lógica, teórica e discursiva. Cuidado! Aqui, ser eficaz não é a mesma coisa que ser "útil", e sim pode ser entendido pelo "ato que produz o efeito esperado" (SIGAUT, 2006).
e) A técnica está, assim, no coração do laço social (SIGAUT, 2004), e não mais pode ser pensada como algo externo ao ser humano e à cultura. A cultura não é o lado subjetivo de uma moeda com outro lado somente objetivo, geralmente com conotação ou valor abjeto (a repulsa ao trabalho, à técnica).